Taxação das “blusinhas” faz Correios perder mais de R$ 2 bilhões em arrecadação

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A conta chegou — e ela é salgada. A tentativa do governo de aumentar a taxação sobre encomendas internacionais, especialmente aquelas vindas da China, teve efeito colateral direto nos cofres dos Correios. Segundo dados oficiais, a estatal deixou de arrecadar mais de R$ 2 bilhões em 2024. O motivo? A queda drástica no volume de encomendas após a taxação das chamadas “blusinhas”.

A expectativa inicial era ambiciosa: R$ 6 bilhões em arrecadação com a operação de entregas internacionais. Mas os números finais frustraram os planos: a arrecadação ficou em R$ 3,7 bilhões, cerca de 37% abaixo do previsto.

O que mudou com a taxação?

A mudança veio em agosto de 2023, quando entrou em vigor a nova política que taxa compras internacionais de até 50 dólares — que antes eram isentas. Agora, essas compras são atingidas por dois tributos:

  • Tarifa de importação (20%)
  • ICMS (20%)

Ou seja, um produto de R$ 200, por exemplo, pode facilmente ultrapassar R$ 280 com os impostos. Resultado? Menos compras, menos encomendas, menos receita.

O efeito dominó: menos arrecadação e prejuízo recorde

A queda na movimentação internacional afetou diretamente os resultados da estatal. Em 2024, os Correios fecharam o ano com prejuízo de mais de R$ 3 bilhões — o maior entre todas as empresas públicas federais.

Uma tentativa de “corrigir” o mercado acabou gerando uma reação em cadeia: empresas vendendo menos, consumidores comprando menos e o Estado arrecadando menos. Mais uma vez, a intervenção estatal mostra que pode gerar efeitos contrários aos desejados.

E quem paga a conta?

Enquanto isso, a estrutura pesada e ineficiente dos Correios segue gerando rombos milionários — que, claro, acabam sendo bancados pela população. O discurso de “proteger a indústria nacional” serviu, na prática, para encarecer produtos populares e sufocar consumidores de baixa renda, que buscavam alternativas mais acessíveis.

Fica a pergunta: valeu a pena essa taxação?

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