Supremo mira Bolsonaro enquanto STF julga anulação de condenações de Palocci

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Em meio a novos desdobramentos políticos e judiciais, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestação sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido reacendeu debates sobre seletividade do Supremo Tribunal Federal (STF) em suas decisões, especialmente quando contrastado com o julgamento que pode anular as condenações do ex-ministro Antônio Palocci, figura central nos escândalos do mensalão e petrolão.

A crítica ganhou força nas redes e foi amplificada por parlamentares como o senador Cleitinho Azevedo, que questionou a imparcialidade do Judiciário e convocou a opinião pública a se manifestar. “Se o STF quer ouvir a PGR sobre Bolsonaro, por que não pede também a opinião do povo sobre a possível anulação das condenações de Palocci?”, afirmou.

Delação de Palocci reaparece no debate

Palocci, que foi ministro dos governos Lula e Dilma, afirmou em delação premiada que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apenas tinha conhecimento dos esquemas de corrupção na Petrobras, como também usou recursos ilícitos para sustentar a campanha de Dilma Rousseff e preparar sua própria “aposentadoria política”. Segundo o delator, Lula teria recebido cerca de R$ 300 milhões da empreiteira Odebrecht em uma “conta corrente de disponibilidade”.

O caso voltou à tona com o julgamento no STF que pode tornar essas condenações inválidas. Os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes já votaram a favor da anulação, o que gerou revolta em parte da população e no meio político. “É um réu-confesso, e mesmo assim está prestes a ser absolvido. Onde está a coerência do sistema judiciário?”, questionou Cleitinho.

“Lave a boca para falar de Bolsonaro”

A indignação também alcançou políticos que criticam Bolsonaro. Em um discurso inflamado, Cleitinho criticou duramente os adversários do ex-presidente, citando nomes ligados a escândalos passados como José Dirceu, que anunciou pretensão de retornar à política. “Estão tentando voltar para a cena do crime. Que moral têm para pedir prisão de Bolsonaro?”, disparou o senador, pedindo respeito ao ex-presidente.

O senador também acusou parte da classe política de agir com hipocrisia. “São fariseus, apontam o dedo enquanto estão cobertos de pecados”, afirmou, em referência ao comportamento de quem julga sem reconhecer os próprios erros.

Gastos públicos com bombons, sorvete e açaí geram indignação

Além das críticas ao Judiciário, Cleitinho destacou um novo motivo de revolta: um processo de licitação da Força Aérea Brasileira, estimado em quase R$ 10 milhões, para aquisição de alimentos industrializados — muitos deles considerados supérfluos, como sorvetes, bombons, doces diversos e chicletes.

“Quase R$ 130 mil só em sorvete. Mais de R$ 80 mil com doce de leite. R$ 15 mil em açaí. E tudo pago com o dinheiro do povo”, enumerou. O senador questionou se os responsáveis fariam esse tipo de gasto caso estivessem usando o próprio dinheiro.

A lista, segundo ele, inclui ainda R$ 34 mil em abacaxi em calda, R$ 16 mil em doce de goiaba, R$ 28 mil em casquinhas para sorvete e mais de R$ 70 mil em bombons. “Isso é um tapa na cara do povo brasileiro. Enquanto tem gente sem arroz e feijão, eles esbanjam com doces e sobremesas”, protestou.

“Não é sobre Lula, Temer ou Bolsonaro: é sobre respeito ao dinheiro público”

Cleitinho fez questão de afirmar que a denúncia não tem viés partidário. “Se no governo Bolsonaro ou Temer era assim, também estava errado. Isso precisa acabar em qualquer gestão. E tenho certeza de que o presidente Lula nem fica sabendo disso, mas é nosso papel fiscalizar”, ressaltou.

Ele encerrou sua fala reforçando a urgência de mais responsabilidade com os recursos públicos. “O povo é quem paga essa conta, e o povo está cansado. Essa farra precisa ter fim.”

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